Porto AlegrePorto AlegreFlorianópolisCuritibaRecifeJoão Pessoa Seg - Sex 09:00-18:00+55 (51) 3013.1313 Seg - Sex 09:00-18:00 +55 (51) 3013.1313 Seg - Sex 09:00-18:00 +55 (51) 3013.1313 Seg - Sex 09:00-18:00 +55 (51) 3013.1313 Seg - Sex 09:00-18:00 +55 (51) 3013.1313

Tudo sobre o comunicado do Comitê de Política Monetária (COPOM)

O último comunicado do Comitê de Política Monetária (COPOM) é uma das publicações mais relevantes sobre a política monetária brasileira. A publicação ocorre após as reuniões de política monetária, que acontecem em intervalos de, aproximadamente, 45 dias. Nela, os membros do comitê, que votam e decidem a meta da taxa de juros básica da economia (taxa Selic meta), colocam alguns comentários sobre sua visão da evolução das economias externas, e consideram a evolução favorável ou não para as economias emergentes, falam das projeções de inflação e do balanço de riscos, e definem a meta de taxa de juros básica para a economia brasileira.

Após a crise financeira de 2008, o comitê de política monetária dos Estados Unidos optou pela taxa de juros básica da economia norte-americana (fedfunds) em 0%. Em tese, sem mais espaço para reduzir as taxas básicas de juros (que em diversos países veio a ser negativa nos anos seguintes), os membros tinham que encontrar novas formas de influenciar a política monetária, e o fizeram tanto por compra de títulos (quantitave easing, com intuito de diminuir taxas de juros mais longas pela forte demanda) quanto pelo forward guidance, ou seja, pelas falas dos banqueiros centrais e pelos seus escritos.

O forward guidance, em tese, permitiu que não só os juros de curtíssimo prazo, mas também outros mais longos ficassem em patamar reduzido. Se o Banco Central tem credibilidade e comunica que vai manter o juro básico em 0%, durante muitos anos, e que vai continuar comprando títulos no mercado, isso certamente afeta os juros mais longos. Assim, documentos, palestras e eventos quaisquer de banqueiros centrais tornaram-se muito relevantes para a condução da política monetária.

O comunicado do COPOM pode ser encontrado no site do banco central do brasil, na aba de política monetária.

Na reunião do dia 10 de dezembro de 2020, o COPOM mantém a taxa Selic em 2% ao ano e sinaliza o seguinte:

1) Recuperação desigual entre diferentes setores da economia brasileira;

2) Evolução das vacinas contra a Covid-19;

3) Estímulos monetários em outros países devem continuar fortes;

4) Aumento de inflação no curto prazo deve ser temporário;

5) Projeções de inflação um pouco maiores que na reunião anterior para os anos de 2021 e 2022;

6) Riscos de uma alta ociosidade na economia vs. o risco de prolongamento das políticas fiscais (movimento deflacionário vs. movimento inflacionário), além da necessidade das reformas para manutenção de juros historicamente baixos para o padrão histórico brasileiro. Considera assimétrico o risco em favor do caso do risco fiscal elevado;

7) Considera a taxa de 2% ao ano para a Selic um estímulo “extraordinariamente elevado”, e que a “conjuntura econômica continua a prescrever estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”.

Assim, o COPOM relata diversas incertezas na economia e a aparente necessidade de auxílio da política monetária para a atividade econômica do país. No entanto, sua decisão depende de fatores como reformas e dos gastos públicos. Tais fatores precisam ser tratados de forma adequada para, não novamente, termos taxas de juros exorbitantes, que travem a atividade econômica e tornem bons projetos de longo prazo inviáveis de serem executados no Brasil.

Texto de Hugo Szmidt, Mestre em Economia.

Deixe seu comentário