A previsão para a inflação nos Estados Unidos em 2022 é de alta, e isso pode impactar o governo brasileiro de maneira negativa. Este impacto atinge não apenas o atual presidente Bolsonaro, como também o próximo que assumirá a presidência.
Só em 2021 a taxa atingiu 7% e a previsão dos especialistas é de 4 aumentos trimestrais. A seguir vamos falar um pouco sobre o assunto e explicar de que forma este aumento inflacionário vai afetar a economia brasileira.
Por que há um aumento da inflação americana?
Este aumento dos preços nos Estados Unidos, que atingiu um percentual de 7%, teve alguns motivos para acontecer. Confira os principais:
- Preços mais altos das matérias-primas: com a reabertura das fronteiras e com a volta da movimentação do mundo dos negócios, a procura por materiais como metais, petróleo, grãos e carne aumentou. Assim, pela velha regra da oferta e da procura, os preços sobem também.
- A energia também sofreu um aumento: com a valorização do petróleo, do diesel e das térmicas, os preços também aumentaram. Estes produtos estão na base da economia americana, então, consequentemente, há uma grande procura.
- Escassez de insumos: com a grande busca pelos produtos, a escassez acabou acontecendo. E este é mais um motivo para o encarecimento dos produtos.
Medidas tomadas pelo governo americano
Com este aumento extraordinário nos preços nos Estados Unidos, o Banco Central chegou à conclusão de que precisar tomar algumas medidas para interromper este aumento.
Uma destas medidas foi a redução de moedas que circulam na economia. Assim, quanto menos dinheiro circula, menores os reajustes de preços. E como forma de combate aos problemas financeiros provocados pela pandemia, o Banco Central americano passou a comprar U$ 120 bilhões de dólares em títulos de investidores e bancos para injetar dinheiro na economia e combater a crise.
Depois que a pior fase da pandemia passou, o Banco Central decidiu fazer um corte de U$ 15 bilhões de dólares nestes valores injetados. A previsão é de que estes valores continuem sendo reduzidos, até que não precisem mais ser injetados, até o fim de 2022.
O aumento da taxa de juros também é uma medida do banco para tentar interromper esta inflação. A previsão é que essa taxa suba até 0,75% em 2022.
Mas afinal, o que afeta a economia brasileira?
Se há uma redução de dólares em circulação na economia americana e também um aumento na taxa de juros, há também uma grande valorização da moeda em relação às demais.
Este efeito já começa a ser sentido antes mesmo que o Banco Central coloque estas medidas em prática. O aviso de que estas medidas serão tomadas já atraiu diversos investidores para a economia americana, o que faz com que outros países sofram impactos negativos. Ou seja, estes investidores olham para os Estados Unidos e deixam um pouco de lado o Brasil e as demais economias.
O aumento das taxas de juros nos Estados Unidos provoca a alta do preço do dólar no Brasil, desvalorizando o real. A inflação no Brasil, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegou a atingir 10,67% nos últimos 12 meses.
Por meio destes dados já conseguimos notar o quanto o aumento das taxas de juros e a redução da circulação da moeda americana na sua própria economia provocam grandes impactos na economia do Brasil e do mundo.
Entre os principais impactos estão: negociações mais caras, empréstimos mais caros, e matérias-primas com preços ainda mais altos, dificultando a produção. Assim, toda a economia do planeta acaba sendo afetada.
Economia americana molda a economia global
Com isso, concluímos aquilo que todos os que estão por dentro das notícias sobre economia já sabem: todas as mudanças econômicas provocadas nos Estados Unidos vão interferir na economia global.
Um dos pontos para que isso aconteça é o fato de que o dólar é a moeda universal, utilizada para a comercialização de produtos pelo mundo todo. Ao exportar produtos agrícolas, por exemplo, o Brasil precisa fazer a negociação em dólar. Se a moeda está alta, a nossa moeda perde valor.
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