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A desaceleração da economia mundial, os bancos centrais e a curva de juros no EUA

Por Gustav Gorski*

A desaceleração do crescimento da economia mundial já é cenário básico para todos os analistas do mercado internacional. Até mesmo o FMI (Fundo Monetário Internacional), com seu tradicional atraso em seus comentários de mercado, já admitiu que o crescimento econômico deve ser menor ao longo dos próximos períodos. Dado este contexto, resta analisar se este cenário é positivo ou negativo para o investidor que tem seu perfil como tomador de risco. Para a análise de risco/retorno a resposta a duas perguntas é primordial: a desaceleração da economia mundial é saudável? Qual a reação dos bancos centrais neste contexto?

A resposta para a primeira pergunta é ‘depende’. Os Estados Unidos, por exemplo, após a recessão de 2008/09, vêm crescendo a uma taxa muito próxima do potencial (de cerca de 2,5% ao ano), com inflação equilibrada e recomposição da política monetária. No entanto, a taxa de desemprego atualmente está abaixo de 4% e bem abaixo do potencial de 5%. Neste contexto, para se manter equilibrada, a economia norte-americana precisa desacelerar seu ritmo mais forte de 2017/2018 para que este aperto no mercado de trabalho não se traduza em inflação mais à frente.

A economia chinesa, por sua vez, já vem apresentando uma década de desaceleração gradual em sua economia. Em 2009 ela cresceu 12% e agora está próxima do 6%. Lembro de análises de alguns anos atrás que diziam que se a China desacelerar seu ritmo de crescimento abaixo de 8,5%, o mundo inteiro entrará em recessão. A mais de 5 anos que estamos neste processo e nada de ruim aconteceu. Vale lembrar que a desaceleração da China é um processo gradual e estratégico que ainda está em curso e que tem o objetivo de transformar a matriz da economia local de exportadora para também consumidor. Mas isso é uma outra história para outra oportunidade.

Além de EUA e China, a Europa também experimenta uma desaceleração econômica. Após a recessão de 2008/2009 e a crise de 2011, a Europa nunca teve um crescimento pujante e mesmo assim vem crescendo próximo de 1% ao ano e com uma chance do crescimento da atividade econômica ser ainda mais baixo. Este ‘novo normal’ para a Europa salienta vários problemas como a não solução do alto desemprego e o forte endividamento público de várias economias do grupo. Aqui, talvez o problema seja mais embaixo.

De qualquer forma, estamos passando por um momento econômico mundial novo. E a resposta dos bancos centrais, respondendo a segunda pergunta, já está por vir. O Fed – banco central norte-americano -, em franco processo de elevação de juros e retirada dos estímulos monetários, já pausou seu ritmo. E mais: sinalizou que o processo de elevação de juros terminou. O PBOC, banco central chinês, acelerou o processo de redução das taxas de compulsório. O BCE, na Europa, vai no mesmo sentido e já pensa em manter o quantitative easing.

Neste contexto todo, a vida não será fácil para o tomador de risco, pois ao mesmo tempo que o mundo desacelera, os BCs se abastecem de gasolina octanada. Mas a história continua a mesma: o tomador de risco vai ter um ambiente que gosta: de risco; e quem estiver mais preparado nesta pescaria, vai voltar para a casa com o barco cheio. O que mais impressiona, quando se olha para a economia brasileira, é que parece que somos uma pequena ilha inerte a todo este processo, ou seja, há ainda muita gente que ainda acha que nosso BC subirá juros ao longo desse processo.

 

*Gustav Gorski é economista e consultor para investimentos onshore da PrevConsulting

 

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